domingo, agosto 21, 2011

uivo

AAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, maio 06, 2009

Entre silêncios

Creio que não será nenhuma surpresa para os que ainda persistem em visitar esse blog (se é que tais existem) dizer que meu entendimento sobre o mundo anda meio obscurecido. O silêncio sempre pode ser consequência das incompreensões. O fato é que tenho ficado sem palavras para essa fotografias escritas da realidade.

Parece-me que estamos num tempo de desconstrução de ilusões. E isso, para mim, reina como um buraco negro de palavras e sentidos. Ou reinava.

Mas isso, provavelmente, não é uma ressurreição. Devo me entregar logo ao silêncio, novamente.

É engraçado como é exatamente o princípio desse "tempo" que nos trouxe aqui. Poderia dizer que esta foi minha primeira desilusão importante na vida. Quem dira... ela me deu voz, ânimo, sede de respostas através da exposição constante das minhas perguntas. Inspirou-me para buscar um outro reduto de sentido acerca do mundo dos homens não só por ter provocado uma reação de persistência na busca do ideal a partir de outros caminhos, mas também por ter se tornado no objeto para a formulação das muitas questões que protagonizaram minha pesquisa acadêmica nos últimos anos.

Mas, aos olhares atentos, os mitos se desfazem. Aqueles que são pessoas, enfim, não passam de pessoas, cheias de defeitos e incongruências. Aqueles que são abstrações, apresentam-se demasiadamente hipócritas no mundo de aparências que vivemos hoje.

Diante de tantas insatisfações, por que o silêncio, então? Também não sei explicar. Acho que agora, além das respostas, faltam-me as perguntas.

E, apesar do tom que têm minhas poucas letras, não me sinto mais triste nos últimos tempos. Meus tempos de tristeza profunda estão sim no meio desse grande silêncio, mas já se inscreveram no passado. Passo por um momento, cetamente breve, de degustar certa serenidade. Aproveito isso para ler os que fotografaram muito antes de mim, para aprender os códigos de outras linguagens e para curtir alguns poucos prazeres do corpo.

Um dia, alguma luz deve voltar.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Os absurdos que a ciência te traz

Estava começando a ler um autor que consta na bibliografia de uma das minhas disciplinas: Vilfredo Pareto. Ainda nem sei como ele vai discutir as elites e o uso da força na sociedade, mas deparei-me com o seguinte trecho:

"Suponhamos que, em qualquer ramo da atividade humana, seja atribuído a cada indivíduo um índice que represente um sinal de sua capacidade de maneira semelhante ao modo que se dá nota às várias matérias dos exames escolares. Ao tipo superior de advogado [de onde ele tirou isso???] será dado nota dez, por exemplo. Ao homem que não consegue um cliente, será dado nota 1 - reservando-se o zero para um homem que seja um completo idiota. Ao homem que fez seus milhões - honestamente ou não, conforme o caso - daremos dez. Ao homem que ganhou seus milhares daremos 6. Os que apenas conseguem livrar-se de ir para um asilo de indigentes terão nota 1, reservando-se o zero para os que não o conseguiram. Para as mulheres [olha só o que vem aí] "na política", como a Aspásia de Péricles, a Maintenon de Luís XIV, a Pompadour de Luís XV, que lograram enfatuar um homem de poder e ter uma parte na carreira do mesmo, daremos alguma nota alta, como 8 ou 9 [10 não pode pra mulher]; para a prostituta que satisfaz meramente os sentidos de um homem assim e não exerce nenhuma influência nos interesses públicos [mas aguenta discursos desse tipo de homens como Pareto], daremos zero [absurdo!!! E a história dos clientes nas frases anteriores???]. Para um esperto velhaco que sabe como enganar pessoas e conseguir manter-se fora da prisão, daremos 8, 9 ou 10, de acordo com o número de moambas que roubou e da quantidade de dinheiro que conseguiu extorquir." (PARETO, V. As Elites e o Uso da Força na Sociedade, p. 71)

Por aí vai. O pior é que o cara emenda com uma frase assim:

"Em resumo, estamos como sempre recorrendo à análise científica, que distingue um problema de outro e estuda cada um separadamente." [????????] (p. 72)

Com base nisso, alguém poderia analisar cientificamente o indivíduo Pareto e dizer que ele é um débil mental. Mas qualquer julgamento é precipitado nesse início de leitura. Vamos esperar que o restante desminta todo o começo.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Contras e contras?!

Tanto tempo longe, tempo de fazer um balanço.

Um semestre de Brasília. Na verdade, pouco mais de quatro meses. Escrevo este do Sul.

Não me apaixonei e nem passei a odiar aquele pedaço estranho do Planalto Central. Em meio a coisas que me fizeram suspirar e outras que me reviraram o estômago, mantenho um gosto de intensidade mediana por uma cidade que me parece, acima de tudo, ilusória.

Com todo o respeito, Niemeyer construiu monumentos lindos sem nenhuma funcionalidade. Nas primeiras semanas, vi um luar cinematográfico, à direita do Congresso Nacional, de cima de um viaduto que cobre a rodoviária. Mas os prédios da Câmara e do Senado, cujos gabaritos são os mais altos do plano piloto, correm sério risco de incêndio e têm um espaço completamente irracional. Acho que a única que ainda teve coragem de manter gabinete ali foi a senadora Roseana Sarney.

Com berço francês, formação estrangeira e lugar definido na sociedade estratificada brasileira, Lúcio Costa desenhou uma cidade para os seus. Tudo planejado para não levar “o povo” para os palácios do poder. As distâncias são enormes. A quantidade de espaço tomado pela grama é incompreensível. Não se reconhece a vegetação do cerrado por ali e se gastam litros e litros de água com irrigação. Há muito pouco tempo, quase não existiam calçadas e as faixas nas estradas, com mais de três pistas, são irracionais. A rodoviária, na junção das asas com o corpo do avião, transformou-se num grande equívoco. Não estava nos seus planos fazer dela um espaço de concentração popular. Mesmo assim, algumas coisas conspiraram a seu favor. Caminhar dali até o Congresso, cedo pela manhã, é um desafio. Não só porque a distância é maior do que parece, mas também porque o sol nasce atrás do Congresso e olhar para frente e continuar caminhando é um esforço considerável.

A sucessão de governos do Distrito Federal colaborou para manter esse princípio segregacionista da cidade do poder. O transporte público é uma... um caos. Os ônibus estão caindo aos pedaços, a passagem é caríssima e as linhas não têm nenhuma interligação. Outro dia, fui de um ponto da Asa Norte até a rodoviária e paguei 3,57 reais. Além de absurda, a tarifa é burra. Quem paga 3,57?!? De 4 reais, recebi 40 centavos de troco, é claro. Acho que muitas das promessas dos candidatos a governador do Distrito devem girar em torno disso. Impossível é acreditar, porque, seguindo a idéia de que é uma cidade construída para ricos, podem aumentar o número de vagas nos estacionamentos do plano piloto, mas o transporte público vai continuar se deteriorando, até que “a ralé desista de transitar por onde não deve”.

Na universidade passei a ver as coisas de uma forma mais maniqueísta. É preciso, de toda a forma, separar o joio do trigo. Aprendi uma coisa que deveria ter aprendido já há muito tempo: existem alunos que valem mais do que professores. Em busca de uma área mais “humana”, que me desse pistas de como “salvar o mundo”, pulei da publicidade para o jornalismo, do jornalismo para a ciência política e já começo a pensar onde é que vou parar. A tática é ficar próxima dos poucos professores que valem a pena, como dizem os próprios alunos que valem a pena, e tentar lutar contra a epidemia de mau caratismo que assola os bancos universitários. Tenho uma história muito boa pra contar, mas acho que vou debruçar-me sobre ela só no final de semana.

Bom... olhando pra todas essas linhas que acabaram de sair, parece-me que seria mais coerente odiar esse reduto de representantes pouco representativos. É... sei lá. Mas eu também sofro da doença contemporânea do individualismo e acho que esse lugar pode ser interessante para viver uns anos da minha vida com marido, cachorro e filhos. Os Ipês daqui são deslumbrantes. A paisagem de verdade do cerrado é inesquecível. Encontrar um outro sobrevivente dessa espécie em extinção que é o ser humano é uma sensação única. Bom... paremos por aqui, porque encontrar alguns oásis nesse deserto pode começar a parecer ridículo.

quinta-feira, maio 18, 2006

Uma defesa ao software livre, uma oposição à Veja.


Opa! Tô de volta. :)

Ler a Veja é um exercício. Quando abro a revista, sei que estou prestes a estabelecer contato com um material cujo fundo ideológico é bastante diverso do meu. No entanto, acho que é um exercício necessário, já que é uma das revistas mais lidas no país. Na verdade, é claro que este não seria um argumento suficiente para me fazer ler uma revista como essa, pois não tenho nenhum interesse em engordar o índice de leitores de tal veículo. Mas minha atração quase compulsiva pela análise da mídia no campo da política e do papel da mídia na sociedade obriga-me à atentar para o que acontece num campo e no outro.

Pois bem. Na edição 1956, de 17 de maio de 2006, há uma matéria sobre as ações do governo Lula em direção à migração para a utilização de software livre na administração federal:

O grátis saiu mais caro

Ao insistir no software livre, o governo
deixa de melhorar os serviços eletrônicos
aos cidadãos e desperdiça dinheiro


Um critério para avaliar a eficiência da administração pública é o uso da informática para reduzir a burocracia estatal e facilitar a vida do cidadão. Quatro anos atrás, o Brasil pertencia à elite mundial nesse quesito, à frente do Japão. Brasileiros eram convidados para descrever em congressos internacionais a experiência nacional com as compras públicas pela internet, com a declaração on-line do imposto de renda e com o voto eletrônico. O governo Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar de ampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantação do software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiu dezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso da informática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México.

A oposição aos programas comerciais – leia-se aí a Microsoft, fabricante do sistema operacional Windows e a maior empresa mundial de software – é uma bandeira do PT. A posição está baseada, em parte, na desconfiança ideológica que o partido nutre em relação às grandes corporações capitalistas. "Não podemos depender dos programas vendidos por uma ou outra empresa privada", explica Rogério Santanna, secretário do Comitê Executivo de Governo Eletrônico, subordinado ao Ministério do Planejamento. O software livre é um programa ou sistema operacional que pode ser modificado por qualquer um e, em princípio, pode ser obtido gratuitamente na internet. Em teoria, é uma boa idéia usar e não pagar. Na prática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar em obrigação. "Ao optar por um programa, é preciso pesar cuidadosamente os prós e os contras", diz Fernando Parra, presidente da DTS, empresa de São Paulo que desenvolve softwares e presta serviços de tecnologia. "Não se podem tomar, com base em motivos ideológicos, decisões que deveriam ser técnicas."

A migração para o software livre custou caro para os cofres públicos. O governo federal precisou contratar 2.000 técnicos em informática. Só os salários e os encargos trabalhistas desses programadores ultrapassam 56 milhões de reais por ano – o dobro do que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, vinculado à Casa Civil, estima que o governo federal economizou com os programas que deixou de comprar em 2004. Nem sempre o software livre é pior que o comercial, mas sua adoção pelo governo brasileiro revelou-se ineficiente. Os técnicos do Serpro, empresa de processamento de dados subordinada ao Ministério da Fazenda, tentaram em vão substituir por software livre os programas que funcionavam com perfeição mas estavam sendo rejeitados apenas porque operavam em Windows, o sistema da Microsoft. Foram feitas versões em código aberto do programa de imposto de renda on-line e do portal de compras públicas ComprasNet. O resultado foi tão ruim que os dois programas continuam funcionando no sistema Windows. "A cruzada ideológica pelo software livre é apenas a ponta do iceberg", diz Florencia Ferrer, diretora-presidente da FF Pesquisa & Consultoria, de São Paulo, especializada em governo eletrônico. "O governo também foi incapaz de inovar na administração pública usando a tecnologia."

O governo do Paraná envia mensagens para o celular de desempregados informando sobre vagas disponíveis. Em São Paulo, já é possível preencher o boletim de ocorrência policial pela internet e pedir segunda via do documento de identidade. O governo federal nem sequer conseguiu fazer o mesmo com a emissão de passaportes. Um dos principais atrasos refere-se à licitação on-line. O governo federal faz apenas 46% de suas compras públicas – de material de escritório a papel higiênico – pela internet, contra 80% do governo de São Paulo. Em uma licitação on-line, a União informa que bens deseja comprar, e fornecedores de todo o país e do exterior se engalfinham para ganhar a concorrência com o menor preço. O comprador sempre sai ganhando, porque o número de ofertas é muito maior, e a transparência no processo diminui os riscos de corrupção. Se o governo federal tivesse o mesmo padrão de compras on-line que o estado de São Paulo, teria economizado 3 bilhões de reais nos últimos três anos, segundo estudo da FF Pesquisa & Consultoria.

Algumas promessas de governo eletrônico foram cumpridas apenas parcialmente, como a de fazer com que as bases de dados dos diversos órgãos públicos conversem entre si. O governo tenta sem sucesso fazer o cruzamento de dados entre as secretarias de Segurança, da Receita Federal e dos tribunais eleitorais. Em lugar de investir para oferecer serviços aos cidadãos e melhorar a eficiência da máquina burocrática, o governo Lula usou as conquistas eletrônicas da administração anterior em sua desastrada campanha para se tornar líder sul-americano. A conseqüência dessa política foi um banho de água fria nas aspirações comerciais de muitas empresas sediadas no Brasil que desenvolvem software e urnas eletrônicas. A Unisys e a Diebold Procomp, fabricantes de urnas eletrônicas de São Paulo, tinham planos de exportar a tecnologia para os países vizinhos. Em vez de emprestar algumas poucas urnas para fazer propaganda, o governo Lula decidiu bancar as eleições alheias. Só para o Paraguai foram emprestadas 15.000 urnas para as eleições de 2005 e 2006. A empresa Vesta, de São Paulo, deixou de vender softwares de compras públicas on-line para a Bolívia porque Lula, em seu primeiro ano no poder, resolveu oferecer ao país, de graça, um programa com a mesma função. "O governo federal não só reinventou a roda com o software livre à custa do contribuinte, como prejudicou a competição no mercado de tecnologia", diz Paula Santos, sócia da Vesta. É a política do software livre contra o livre mercado.
Primeiro, não creio que a razão principal para a iniciativa de utilizar softwares livres seja uma desconfiança ideológica em relaçãos às grandes corporações capitalistas. Usar software livre não só pode como deve ser uma opção ideológica além de econômica, sim. Mas não se trata de uma "desconfiança às corporações capitalistas", trata-se da estipulação de algumas liberdades fundamentais: 1) a liberdade de executar o programa, para qualquer propósito; 2) a liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades, liberdade para a qual o acesso ao código-fonte é um pré-requisito; 3) a liberdade de redistribuir cópias de forma que se possa ajudar o próximo; e 4) a liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. E pros que acham que ideologia é uma bobagem, gostaria de dizer que é realmente difícil ver algumas coisas com clareza quando se tem um ante-olhos na cabeça. Para estes, não recomendo o prosseguimento na leitura deste post. Pode dar curto-circuito.

"Na prática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar em obrigação". Em que se tornou a utilização dos softwares da Micro$oft? O que acontece, normalmente, quando se coloca alguém na frente de qualquer outro sistema operacional que não seja o Windows? Em quantos estabelecimentos é usado outro sistema que não o Office? Quando se quer um programa específico, de produção gráfica, de desenho industrial, de banco de dados, para que sistema operacional eles são produzidos? Encontra-se, freqüentemente, até alguns produtos de hardware desenvolvidos especificamente para a utilização combinada com os programas da empresa do Sr. Bill. Nesse contexto, usar software livre é um grande desafio. Representa a escolha de não se submeter à obrigação de se curvar ao monopólio comercial existente. De resto, é bastante óbvio que um cara que trabalha para uma empresa de desenvolvimento de software não apóie uma ação como essa do governo federal. Ninguém quer perder uma mama tão boa.

A migração é um investimento que tem objetivos de longo prazo. É evidente que ela implica em gastos até ser implementada completamente. Técnicos especialistas em sistemas baseados em linux têm serviços significativamente mais caros que os especialistas em Windows e isso se deve a uma quantidade enorme de razões, entre as quais, a relação entre oferta e demanda. Na maioria das vezes, o software livre é melhor que o comercial, pois permite adaptação com maior estabilidade.

O cruzamento de dados entre a Secretaria de Segurança, a Receita Federal e os tribunais eleitorais nunca existiu. Se a promessa de estabelecer diálogo entre as bases de dados dos diversos órgãos públicos foi cumprida, por enquanto, parcialmente, isso é um grande avanço. A migração para o software livre não tem obrigatoriamente relação com isso.

Quanto a emprestar urnas eletrônicas ao Paraguai, é impressionante essa idéia que se tenta colocar na cabeça de todo mundo que o nosso desenvolvimento deve ser feito necessariamente em competição com o dos outros. Tudo bem que a idéia do individualismo funda a sociedade contemporânea, mas já está na hora de enxergar esse problema da humanidade do século XXI e partir pra outra. Afinal de contas, apoiar o desenvolvimento do cara que está ao meu lado é tentar crescer com ele e não às custas dele. O que me parece uma idéia muito melhor.

Por fim, não vejo nenhum problema em estabelecer um conflito entre a política do software livre contra o livre mercado. É uma aranha contra um tubarão, certamente. O que impressiona é como uma pequena teia em crescimento incomoda em tal medida esse grande devorador.

* quem se interessou, acompanhe a discussão aqui e ali.


domingo, abril 09, 2006

As primeiras fotos mal tiradas pelo celular...

Indo da Câmara pro Senado pelo túnel. Pena que a foto não descreve
minimamente como isso é bonito.

Uma das mesas do I Censo Legislativo. Percebe-se que, neste momento,
não havia ninguém na mesa.

Uma pequenina esplanada dentro da esplanada de verdade.

Através do vidro de um dos corredores, essa é uma das paisagens que cercam o Senado.

Jamais poderia imaginar que uma das entradas do Senado seria assim.

JK deveria ter ojeriza às calçadas. Desconfio que todos os caminhos entre ministérios, tribunais, gabinetes e casas do congresso podem ser feitos por túneis.

Tudo parece tão bonito...

..., mas, se você observar bem, a pouquíssimos metros das plenárias de discussão da dívida externa, da política de juros e da conjuntura para as próximas eleições, vai estar alguém, numa carroça, puxada por um jegue, catando o lixo dos outros.

As calçadas do Plano Piloto parecem ter sempre a mesma cara.
Todas com um tom de vermelho do barro de Brasília.

Os ministérios têm exatamente a mesma cara e, muitas vezes, atravessar a grama pode ser uma boa opção pra se chegar até eles.

Pra finalizar essa leva, uma mais panorâmica, com uma pontinha quase imperceptível do Congresso ao fundo. Dá pra ver que, até nas sextas-feiras, tem gente indo e voltado por aí.

terça-feira, abril 04, 2006

Companheiros, cá estou!

E pros que esperavam um bom artigo, devo dizer que tenho pretenções mais desabafísticas. Meu primeiro uivo candango estará meio alheio à política.

Só um parênteses: Fiquei sabendo que candango é um termo africano, que significa "ordinário", "ruim". Parece que era assim que se chamavam os trabalhadores que participaram da construção de Brasília.

São só os meus 4 primeiros dias, mas já vejo que morar sozinha não é tão atraente. Ainda mais numa cidade como Brasília. Quando encontrei meu cantinho, tive um susto. Acertar negócios relacionados a imóveis pela internet certamente não é o método mais confiável e foi exatamente nisso que eu pensei quando cheguei ao meu novo endereço. No entanto, o que tornou minha avaliação tão lúgubre foi o estado de abandono em que esses poucos metros quadrados se encontravam. Dois dias de trabalho duro com água e pano deram o jeito. Agora, o espaço me parece ideal.

O ruim mesmo é a saudade. É a falta que faz a companhia na hora de combinar o que vamos comer. Aquela ausência de alguém para comentar a coisa ridícula ou estupenda que passou na televisão. A certeza de que, em nenhum momento, vai chegar alguém com pão fresquinho do alemão ou empadinhas da Da Vila. Faz uma falta enorme aquela companhia pra caminhar pelas trilhas imcompreensíveis dessa cidade no meio do Planalto Central.

Ok, ok, ok. Eu sobrevivo. Mas que tem horas que eu me pergunto se esse lugarzinho não poderia ser mais perto de algumas pessoas... isso tem.


Fui-me embora pro Planalto
Não que eu seja amiga do Lula
Nem está por aqui o homem que eu amo
(pelo menos, não ainda)
...