segunda-feira, maio 30, 2005

Nem tão intragável assim...


suspiro das 7 e meia da manhã de domingo... Posted by Hello


...um horário e um local para qualquer um colocar a cabeça no lugar... Posted by Hello

segunda-feira, maio 23, 2005

Um país cada vez mais intragável

Em política, parece que as coisas são assim mesmo. Quanto mais você conhece a coisa, menos sabe o que fazer com ela. E as tais "coisas" vêm à tona sempre nesses momentos de iluminada paz, de singelo entendimento, entre toda a comunidade de ilustríssimos eleitos com os nossos tão efêmeros e simples apertõezinhos na urna.

Rondônia está em crise. O governador denunciou os deputados da Assembléia pedindo propina. Hum... me vê uns 7 deputados. Dez é melhor. Isso, é claro, se você me fizer um descontinho, já que estou comprando em quantidade. Um dos integrantes da Casa disse que um colega parlamentar gastou 2,8 milhões de reais para ganhar a simpatia de 14 deputados que o colocaram na presidência. Vai ver o governador achou meio cara a negociação e resolveu usar alguns artifícios para baratear a mercadoria. Afinal, se é verdade que onde há fumaça há fogo, pode ser que o chefe do executivo de Rondônia não seja a pessoa mais imaculada da política brasileira, já que também é alvo de investigação por supostas irregularidades ocorridas quando ocupava o cargo de prefeito de Rolim de Moura. Se não pensou em baixar o preço dos deputados, pensou que, pelo menos, o escândalo seria providencial para acabar com as possibilidades de ser cassado pela Casa. As fitas mostram as criaturas fazendo orçamento, avaliando condições de pagamento. Pense bem governador... somos seres humanos. Homo sapiens abjectus. Nova espécie (ainda não estudada a fundo pela ciência, mas em proliferação descontrolada).

Está difícil de acompanhar tudo o que anda acontecendo por aí. Correios, IRB, possíveis desvios do Fundef, venda de gabaritos e vagas em concursos públicos. E os absurdos novos acabam silenciando os antigos: Romero Jucá, Henrique Meirelles...

Enquanto isso, o Senado se encontra esvaziado em razão de um feriado que acontece só na quinta-feira e o restante dos urubus se organizam em CPIs. São as pizzarias mais populares do país.

Demite aí pelo menos metade dessa corja. Já não dá pra saber pra que servem. Seria insensato dizer isso? Bom... a sensatez não parece governar este mundo.

quinta-feira, maio 12, 2005

Estrelato

Engraçado... há pouco tempo eu sempre sabia quando seria veiculado algum programa do PT na programação local de televisão. Sempre me programei para assistí-los. Mas hoje o dia passou e só fui descobrir que houve programa por causa de uma dessas manias esquisitas que tenho: ler o matutino tarde da noite.

Era uma matéria pequena, sobre o teor do programa do partido e sobre como as grandes "estrelas" da campanha de Lula em 2002, como Fome Zero e Primeiro Emprego, estão de fora do vídeo. O que verdadeiramente me chamou a atenção foi isso:

"Por sugestão do publicitário Duda Mendonça, serão citadas a não-renovação do acordo com o FMI, a política de emprego e de microcrédito como ações ao gosto petista. Nada de juros."

Nada contra Duda Mendonça, mas havia um tempo em que as sugestões sobre o que mostrar e o que não mostrar eram dadas a partir de critérios muito mais profundos dos que os que a publicidade utiliza. Ok... é só um programa de TV. Mas é nessa onda que o PT não sabe mais distinguir se é o que pensa ou se é o que diz ser.

Aliás... (para os que acompanham a singela e lenta vida desse blog): cartas de desfiliação foram enviadas à Direção do Partido dos Trabalhadores de Joinville. Dizem que lobos babaram nelas.

quarta-feira, maio 04, 2005

"Freedom Blogs Award"

Falando nisso, a organização Repórteres Sem Fronteiras linkou uma votação interessante. O "Freedom Blogs Award" vai selecionar os webloggers que defendem a liberdade de expressão no mundo. Existem seis categorias (África e Oriente Médio, Américas, Ásia, Europa, Irã e Internacional) e 60 blogs pré-selecionados. Na categoria "internacional" estão os blogs que tratam da liberdade de expressão na internet, em geral. Nesta categoria, concorre o Committe to Protect Bloggers, que tem o Comitê para Proteção dos Bloggers no Brasil. A oportunidade é boa para, pelo menos, conhecer outras ações blogueiras interessantes.

Se o assunto interessa, entre aqui também.

Quem dera...

"Não se confunda a Política no sentido em que a conceituamos - forma de atuação do homem público visando a conduzir a Administração à realização do bem comum - com a política partidária que lamentavelmente se pratica entre nós como meio de galgar e permanecer no poder, através de prestígio eleitoral. Nesse sentido, é carreirismo e não atividade pública que mereça qualquer consideração doutrinária."
Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 1990.

Será que comemoramos?

Pois é. Ontem foi o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. E... é bem verdade que temos uma democracia muito recente em nosso país,... mas fiquei pensando no quanto poderíamos ter avançado nessas últimas décadas.

Em política, muito se fala sobre a imprensa. Reclama-se o tempo todo de coberturas mal feitas, de jornalismo vendido, de imprensa marrom, de manipulação... Muitas vezes, as críticas são muito mais que compreensíveis, já que não passam muito distantes da realidade.

No século passado, fazia-se jornalismo engajado. Os jornalistas eram chamados de publicistas: ocupavam cadeiras no poder e alardeavam suas idéias pelos “pasquins”. Ninguém ignorava o teor ideológico das publicações. Naquela época, jornalismo não dava dinheiro.

Hoje, faz-se jornalismo objetivo, imparcial. Os jornalistas que trabalham com as informações de maior valor de troca no mercado não podem muito frente às grandes estruturas das empresas de comunicação contemporâneas. Formaram-se grandes redes detentoras de veículos de informação, que gastam muito e, em compensação, trazem muitos dividendos. Não estamos falando só de dinheiro – isso todo mundo sabe.

De cem anos pra cá, não foi o papel da imprensa que mudou. Ela continua visando a (in)formação da sociedade. Só que agora, ela encontrou uma nova forma – extremamente mais eficaz – de exercer o convencimento. Seu discurso não está mais vinculado a um posicionamento político. Como o Barão de Münchhausen, a imprensa se puxou pelos cabelos e se autodenominou neutra diante das coisas que acontecem em sua volta. Uma grande estratégia mercadológica.

Mas esse é um discurso conhecido. Queria chamar a atenção para outra coisa.

A proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo foi rejeitada unanimemente no plenário da Câmara Federal em dezembro de 2004. Apesar de ter sido o próprio Presidente da República que enviou, a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas, o projeto ao parlamento, coisas “mais importantes” estavam em jogo. Mesmo porque os empresários da imprensa brasileira já haviam dado conta da tarefa de transformar a proposta de regulamentação da atividade jornalística do país na ressurreição mais cruel dos atos institucionais militares. O que mais me impressiona é essa capacidade da imprensa de cantar em uníssono, de juntar esforços para fazer uma campanha pesadíssima em cima de uma idéia infame e ainda conseguir ser convincente, abafando as suspeitas que inevitavelmente surgem a partir de unanimidades precipitadas.

E o governo votou contra. E a antiga esquerda votou contra. E ninguém mais falou nisso. Bem esses, que não poupam discursos como “não ganhamos porque a imprensa caiu em cima”, “não conseguimos porque não temos espaço na mídia”, “é difícil lutar contra a manipulação das empresas de comunicação e contra os empresários dos meios”, “isso é cobertura parcial”, “jornalismo vendido”, “imprensa marrom”,...

É... quem vai comemorar liberdade de imprensa nesse jogo de vaca amarela?