quarta-feira, setembro 28, 2005

O Crime do Padre Amaro

Antes de tudo, uma coisa é certa: todo o apoio à ação conjunta da blogosfera. Não dá pra deixar de gostar da internet ao ver "os nós da rede sendo afrouxados e multiplicados" pelo Nós na Rede.

Dia 28 de setembro é o Dia Latino-Americano pela Descriminalização do Aborto. Na terça-feira, dia 27, o presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Benedito Dias (PP-AP) recebeu da Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, o projeto de lei que prevê a descriminalização do aborto com atendimento pelos serviços de saúde. É a primeira vez que o país se depara diante da possibilidade real de descriminalizar essa prática.

Então... somos a favor ou contra?

Antes de um posicionamento precipitado, é extremamente importante acompanhar a discussão e visitar aqui, ali, acolá, etc, etc, etc, etc.

Por aqui, leva-se em consideração alguns pontos fundamentais. Niguém deixa de recorrer ao aborto em razão da prática constituir crime no Brasil. Ninguém. Em razão disso, muita coisa acontece por aí. A prática do aborto clandestino é um problema que aumenta significativamente muitas taxas negativas nas estatísticas brasileiras. Depois de uma decisão incalculavemente difícil, as mulheres que podem, dispõem de um mínimo de segurança em clínicas particulares. As que não podem, fazem o que não devem. Médicos da rede pública recebem mulheres sangrando em todos os sentidos e o Estado se acomoda no silêncio, com vergonha de punir essa coisa classificada como delito, cuja dimensão real é inimaginável.

É evidente que a descriminalização não levaria a um aumento da prática. Ela só daria maior amparo e segurança a quem já tomou a decisão. No entanto, a descriminalização sozinha não é solução. Ter a possibilidade e o direito de abortar através do SUS não significa conseguir. Principalmente quando se leva em consideração que existe um tempo máximo para que ele seja realizado. Além disso, aborto sem orientação, apoio, assistência, continua sendo um problema de saúde pública.

É preciso, pelo menos, tentar tratar a questão de forma coerente. Já vi hipócritas defensores da descriminalização pressionarem funcionárias suas a praticar o aborto para que não abandonassem seus projetos profissionais. Afinal, para algumas aspirações pessoais, quatro meses de licença sempre será muita coisa. Já vi muitos argumentos contrários que não se preocupam com as condições de concepção de uma criança indesejada. O direito de nascer não necessariamente significa uma real garantia de vida.

Queria chamar a atenção para duas coisas. O Crime do Padre Amaro e O Crime do Padre Amaro. Ao me inteirar da discussão, lembrei do semblante de Gael García Bernal tentando estancar uma hemorragia com as mãos no meio do nada.

E... então? Qual foi o crime do Padre Amaro? Qual foi seu pecado? Ou as perguntas melhores seriam se estivessem no plural?

sexta-feira, setembro 16, 2005

Discutindo alternativas

Ao que tudo indica, estamos entrando na fase de encontrar alternativas. A impressão que tenho é que alguns nomes começam a pipocar por aí. Uns confessam abertamente, outros semeam visibilidade e credibilidade discretamente. E... com essa pequena história de eleitores esfolados por promessas e políticos imagéticos, creio que estamos mais preparados para desconfiar do que parece ser e investigar o que realmente é.

Roberto Mangabeira Unger. Uma possibilidade no mínimo diferente. Depois da derrubada de inúmeros preconceitos com a eleição de Lula, outros tabus mais cairiam com a eleição de um não nativo. Não. Não vou dar nenhuma sinopse do que acho sobre o cara agora. Provavelmente, mais tarde o faça.

José Serra. Será? Consta que ele assinou um documento afirmando que permaneceria no cargo de prefeito de São Paulo até o final do mandato. Não se sabe se os eleitores paulistanos receberiam bem essa reviravolta. Bom... o PSDB ainda tem Geraldo Alckmin, apesar da possibilidade ter encontrado caminhos mais sutis ultimamente. Aécio Neves também deve brigar.

Luís Inácio mesmo? Fundamentado nos bons resultados da economia, pode ser que nosso presidente tenha chances. A disputa eleitoral através da propaganda gratuita seria uma surpreendente carnificina, mas pode ser que ele ainda tenha ânimo pra isso. No entanto, estou pagando pra ver alguns nomes crescerem nesse meio tempo. Plínio de Arruda Sampaio seria uma boa surpresa para uma disputa eleitoral mais elevada.

Claro... ainda falta muita gente nesta lista. Vamos ver se conseguimos fazer boa previsão e análise de nomes. Alguém se habilita?

domingo, setembro 11, 2005

Comentando o comentário do comentarista

Uma das coisas que curto muito em Rafael Galvão é a forma que ele tem de responder a certos comentários que chegam a seu blog. Hoje, então, faço minha primeira, pequena e atrevida tentativa aqui no Uivemos.

A coisa surgiu no primeiro post do dia 30 de julho: "15 minutos de fama". O texto fala sobre a identificação que o deputado Onyx Lorenzoni tem com as câmeras e, conseqüentemente, com a mídia.

Uma criatura submeteu este comentário:
Anônimo disse...

Onyx Lorenzoni é 10. Helena se acha o máximo, mas é mínima.

9/08/2005 10:01 PM

Na verdade, não existe muito o que comentar a respeito disso, mas fiz questão de reproduzir o argumento aqui, já que gosto de expor os dois lados da moeda. Mesmo que a moeda não tenha cara.

Obs: se alguém ficou interessado numa vaga caracterização da criatura clique aqui.